quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007
O Baú do vovô - coisas da escrivaninha
Minha escrivaninha veio há muitos anos da casa de meu pai. Uma vez um tio disse que ela pertenceu a Galeão Coutinho*, mas não tenho comprovação disso. Hoje ela serve como mesa de computador, mas quando aprendi a escrever até as esferográficas eram novidade, e nos primeiros anos ainda usei caneta-tinteiro. Isso exigia o uso do mata-borrão, e como sou canhoto isso para mim era absolutamente indispensável. Para quem não sabe o que é, prefiro deixar a descrição para Mário Prata.
As penas soltas, não cheguei a usar. As canetas na foto são a Parker 51 de meu pai e a 21 que ele me deu. Preciso achar quem as reforme, se é que vale a pena (desculpem, não resisti ao trocadilho). Quanto à tinta, outro dia perguntei na papelaria do bairro se eles tinham tinta para caneta-tinteiro, e me mostraram a única que tinham, chinesa, claro...
O simpático "dromedário" era outro objeto indispensável em qualquer mesa de trabalho. Antes das colas em bastão, antes mesmo da cola branca, o que se usava para fechar envelopes e para todos os outros trabalhos de colagem em papel era a goma arábica (será que foi por isso que fizeram o vidro em forma de camelo?). Essa eu sei que é encontrada mais facilmente até hoje, pois é usada para artesanato, além de muitos outros usos, até mesmo na indústria de alimentos.
Hoje esses objetos são curiosidades, coisas do baú do vovô.
Parecia até que escrever estava ficando fora de moda, pelo menos escrever corretamente, como hábito, por prazer. Felizmente, os blogs começam a reviver nas pessoas o prazer da leitura e da escrita. Eu, que sou novato no campo, já passo muito tempo navegando por blogs de pessoas comuns cujo talento para a escrita se revelou nesse hobby do século XXI.
* escritor brasileiro: nome completo - Salisbury Galeão Coutinho - 1895/1945, morreu em um acidente de avião. Obras: Memórias de Simão, o caolho; O último dos Morungabas
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8 comentários:
Geraldo, belas lembranças... Aqui em Campinas tinha o "Mago das Canetas", que poderia consertá-las para você, deve existir ainda, lá no Centro.
Cris,
Obrigado pela dica. Aqui em São Paulo, as oficinas de canetas ficam (ficavam?) no centro velho, preciso ir lá qualquer dia...
Lindo post Geraldo!
Gostei de reler o Mário Prata. Ele publicou um texto sobre a máquina de escrever, de autoria de uma leitora que enviou o texto para ele. Ela é a Lúcia e tem um blog. Se quiser ler, o link é este:
http://www.marioprataonline.com.br/obra/cronicas/a_maquina_da_canabrava.htm
Eu tenho um porta cola igualzinho ao seu, mas sem a tampa com o pincel. Já publiquei também alguns objetos antigos. Se tiver tempo, dê uma espiada:
http://leavesgrass.blogspot.com/2006/10/thin.html
Boa semana!
Nossa! Eu cheguei a usar aquelas malditas penas no primeiro ano primário! Justo quando a criança tem cerca de seis ou sete anos e a coordenação motora fina ainda está engatinhando, as professoras obrigavam a usar aquelas penas que melecavam todo o papel, a mão, o rosto, a roupa e tudo que estivesse por perto num raio de metros! Pior que isso só mesmo quando tive que desenhar (já no ginásio) usando o "tira-linha", outro dinosauro melequento...E pensar que nem cheguei aos sessenta ainda! sinto-me hoje como se tivesse nascido digitando. Impressionante a rapidez das mudanças. Dessas, pelo menos !
abração
Sonia,
Estou planejando um blog de fotos, mas vendo o seu fico até com vergonha... Essa crônica sobre a máquina me lembra um comentáriode alguém sobre o filho que pediu para ele mostrar para os amigos "aqueles CDzões pretos que você tem"...
Maray,
Acho que tive sorte então, porque somos da mesma faixa etária e escapei das penas. Mas "penei" mesmo com as canetas-tinteiro... Tira-linha, tinta Nanquim... Brrr...
Geraldo, que ótimo este blog ser também em inglês! Ler os dois vai ser uma ótima aula para mim, que "apanho" para escrever em inglês. Obrigada pelo elogios, mas fui agora ver o seu novo blog e suas fotos são maravilhosas!
Sonia,
Pode ter certeza de que está servindo de treinamento para mim também. É bem mais difícil traduzir do português para o inglês do que o oposto...
Geraldo
Vendo essas peças antigas,lembro de meu filho mais novo,hoje com 24 anos...
Aqui em Campinas, todo sábado há uma feira de antiguidades, quando ele era pequeno, eu tinha que levá-lo todo sábado para comprar,penas e canetas tinteiro.
Foram vários anos, a mesma rotina...
Guardo ainda algumas, e assim que ele se formar na faculdade, quero presenteá-lo com os seus "tesouros" adquiridos na infância.
Obrigado por presentear a todos nós com essas relíquias maravilhosas.
Aproveito também a oportunidade, para convidá-lo para "espiar" meu blog...adoro escrever também...
Um grande abraço...
Sonia Novaes
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