domingo, 31 de dezembro de 2006

Feliz Ano Novo!

Não ligo muito para a comemoração da passagem de ano. Para mim é só mais um dia que passou, e nada vai ser diferente no dia seguinte só porque há um novo calendário (eu ia dizer "folhinha", mas isso é do tempo do vovô...) na parede. E não conheço ninguém que tenha ficado rico, arranjado um novo amor, se livrado dos maus fluidos ou qualquer outra coisa que supostamente viria em conseqüência de se fazer um dos muitíssimos rituais da passagem de ano.
Lembram da expectativa pela virada do milênio (que, aliás, foi comemorada duas vezes)? Todos esperavam que o ano 2000, e depois o 2001, marcassem uma virada, que com o terceiro milênio chegasse a iluminação da humanidade, a Paz. E no entanto esses primeiros anos do milênio foram os piores em muitas décadas...
Mas reconheço que essa mobilização geral em torno da contagem regressiva para a meia-noite vale para que nos lembremos de fazer nossos balanços anuais. Quais foram as perdas e quais os ganhos este ano? Quais os nossos planos estratégicos para o próximo? O que temos que trabalhar em nós mesmos e em nossos relacionamentos com os outros? O que devemos manter, melhorar, descartar, modificar, substituir? E, num plano mais elevado, o que desejamos para o mundo, não só o nosso, mas o de nossos filhos e netos? E o que podemos e devemos fazer para que esse mundo se concretize? Em vez de ficar pulando ondas, comendo uvas, vestindo branco etc, proponho que aproveitemos melhor o tempo e reflitamos sobre o que estamos devendo ao mundo e como fazer para pagarmos essa dívida...
Só não abro mão do champagne, que ninguém é de ferro!

Um Feliz 2007 a todos!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

O baú do vovô - um dos menores livros do mundo

Quando eu o comprei ele era anunciado como o menor livro do mundo, mas desde então apareceram outros menores. Ainda assim é admirável. Esse livro, vendido no Gutemberg Museum em Mainz, cidade natal do inventor dos tipos móveis (e se você disser que Gutemberg nasceu em Mogúncia, estará certo: Mainz é o nome alemão da Moguncia dos romanos), contém o Pai Nosso em sete idiomas: inglês americano e britânico, alemão, francês, espanhol, holandês e sueco. As páginas têm 3,5 x 3,5 mm, e é encadernado com capa de couro...
Valeu como teste do super-macro da Canon...



terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Encontros e despedidas

Este foi nosso primeiro Natal com o netinho, e foram tantos os presentes que Papai Noel até mandou uma ajudante para ficar de plantão:


O tio Felipe chegou de surpresa na véspera, ele e os tios-avós finalmente puderam conhecer o Guilherme, e o dia de Natal foi como todo Natal deve ser, com a família reunida e muita alegria.





No dia seguinte minha cunhada ligou logo cedo para avisar que seu avô havia partido na noite de Natal, aos 96 anos e 73 (!) de casamento. Não o conheci bem, mas a imagem que ficou dele foi do senhor alegre e dançando muito nas festas da família...

À tarde fiquei trabalhando no escritório e ouvindo sem prestar atenção um burburinho na rua. Quando resolvi olhar pela janela, vi que um caminhão dos bombeiros estava parado na casa em frente, onde a grande amoreira do jardim pendia a 45 graus.


Bem, para encurtar a história, os bombeiros acabaram trazendo um guindaste enorme que ergueu a árvore até quase a vertical. Pensei que iriam então subir e serrar a copa da árvore aos poucos. Mas eles optaram pelo que era mais fácil, baixar a árvore no meio da rua. Só que para isso os bombeiros, muito esforçados e bem-intencionados mas sem nenhum engenheiro para orientá-los, derrubaram outras duas árvores da calçada que estavam no caminho. Dá para entender que eles não gostem das árvores que lhes dão tanto trabalho na época das chuvas; mas quando se pensa em toda a luta dos ambientalistas para manter o pouco de verde que resta na cidade, é revoltante ver duas árvores destruídas por nada...

No meio do trabalho dos bombeiros, no finalzinho da tarde, começou a chover e apareceu a luz do sol já quase se pondo. Pensei: deve ter arco-íris! Fui ao quintal e lá estava ele, talvez o mais bonito arco-iris que já vi em São Paulo. Pena que é tão difícil fotografá-los...


Sei que os arco-íris são o resultado da refração e decomposição da luz solar nas gotas da chuva: mas deixando a ciência de lado, eles têm algo de mágico e nunca deixei de admirá-los.
E neste dia em especial, preferi pensar que ele veio para avisar que estava tudo bem, que no paraíso há um senhor alegre e que gosta de dançar desfrutando da sombra de uma bela amoreira e de duas árvores menores recém-chegadas, e que a vida é isso: bebês que nascem e avós que se vão; árvores que brotam e árvores que caem.
Ou, como bem diz Fernando Brandt,

"Chegar e partir
São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar"...

sábado, 23 de dezembro de 2006

Feliz Natal!

Desejo a todos um Natal com muita Luz!
(mas cuidado com a conta em janeiro...)
Music Video Codes by VideoCure

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

O baú do vovô - Carta de Cocheiro

Notícia nos jornais informava que uma nova lei portuguesa facilitaria a concessão de nacionalidade aos netos de portugueses. Interessei-me, claro, e fui investigar. Infelizmente não é bem isso. A nova lei só facilitou a naturalização dos netos, que agora podem pedi-la mesmo morando fora de Portugal. Quanto à nacionalidade portuguesa, continua sendo concedida somente aos filhos de portugueses, podendo só depois ser estendida aos netos. E as exigências burocráticas são grandes: por exemplo, é preciso apresentar a certidão de nascimento autenticada pelo Ministério das Relações Exteriores em Brasília...
A burocracia brasileira é mesmo herança de nossos descobridores. E isso me fez lembrar de um item do meu baú: a Carta de Cocheiro do meu avô (não tenho o original, esta é uma cópia gentilmente fornecida por meu tio):





Observem que:
  • A Carta é assinada pelo prefeito de Campinas, Heitor Penteado. Ele mesmo, nome de avenida em Campinas e São Paulo. Conheça mais sobre esse ilustre brasileiro aqui.
  • A Carta já tinha categorias, como as carteiras de motoristas. No caso, ele podia dirigir "qualquer vehiculo trellado por dois animaes".
  • A burocracia na época já era muito "avançada", o que demonstra que ela é realmente uma característica histórica de nossa sociedade. Vejam que a cada vez que mudasse de veículo ou de patrão, o cocheiro deveria registrar isso na Carta e pagar 2 mil réis de emolumentos pela averbação. Além disso, observe-se o desenho bem planejado do formulário. Por exemplo, o espaço no final da palavra anima_ para ser preenchido com o singular ou plural. Eu sempre comento que os formulários americanos são geralmente mal desenhados, com pouco espaço para preeenchimento dos campos, ou não prevendo exceções. Isso porque a burocracia lá não é regra, mas exceção, ao contrário daqui...

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Presentes...

Estava pensando sobre quais presentes devo dar para meu neto. Não especificamente neste seu primeiro Natal, porque tendo ele 17 dias de vida o presente será simbólico, e também porque a vovó já providenciou um presente que ele vai poder usar ainda no ano que vem. Mas em geral: que presentes as crianças gostam de receber, que presentes os adultos gostam de dar, e como conciliar as duas coisas para chegar a um resultado que agrade a quem recebe e a quem dá o presente.
Que presentes mais gostei de receber, de quais ainda me lembro?

Flashback (entra aquela espiral de túnel do tempo)...
Entre Natais e aniversários (naquele tempo a publicidade ainda não tinha inventado o Dia da Criança), ganhei muitos brinquedos, muitas roupas e alguns presentes fora dessas duas categorias principais.
Das roupas nenhuma criança (pelo menos os meninos) se lembra; pelo contrário, a cara de qualquer criança ao abrir um presente e descobrir que é uma roupa é sempre de decepção (os pais, por outro lado, adoram).
Os brinquedos, elas adoram - enquanto duram, ou enquanto dura a novidade. Depois, quando não quebram, ficam esquecidos, trocados por outros mais novos. Um de que me lembro com saudade, e que infelizmente não resistiu a tantos anos nas mãos de três irmãos, foi o Mec-Bras.
Era um brinquedo de montar, composto de tiras e chapas de metal com furos, parafusos, porcas, roldanas etc. Tinha vários tamanhos de caixas, com número crescente de peças (os maiores tinham até um motor elétrico), e vinha com um catálogo com vários projetos para montar. A sacanagem (com as crianças e com os pais) era que o catálogo mostrava desde projetos simples até outros que só podiam ser montados com as caixas maiores. Meu sonho era um dia ter a caixa número 6... Achei estas fotos em um site de leilão na Web, para quem não conhece entender melhor e quem conhece recordar...





Acho que, além do fato de ser possível montar vários brinquedos usando os modelos do catálogo ou inventando novos, o motivo de o Mec-Bras ser lembrado é que era praticamente indestrutível, algo inimaginável nos dias de hoje. E provavelmente seria retirado do mercado hoje em dia, pelo perigo representado por peças de metal e parafusos, porcas e arruelas tão pequenos. Bem, eu pelo menos nunca engoli nem aspirei nenhuma peça...
Outros brinquedos lembrados e muito usados foram os carrinhos de pedal, os velocípedes e as bicicletas. Dos carrinhos, tive um Jipe e um Packard - esse, durou até ser reduzido ao chassi... Também eram de metal, e por muito tempo brincamos com a carroceria de lata rasgada e com cantos vivos: acho que os anjos da guarda daquele tempo eram mais competentes que os de hoje, nunca nos cortamos...
Havia os jogos de tabuleiro, dos quais alguns até hoje existem no mercado. Banco Imobiliário, o jogo interminável - será que as crianças de hoje, com seu "attention span" de poucos minutos ditado pela TV, ainda jogam? Xadrez Chinês, Tômbola, Dominó, Damas, Loto...
Mas o primeiro presente de que me recordo é também uma das primeiras coisas de que me lembro com clareza. Um dia, perto do Natal (eu tinha 5 ou 6 anos), minha mãe atende a campainha e eu vejo um homem entregar duas caixas: "Mãe, eu li, está escrito Tesouro da Juventude!" E minha mãe desconversando, "não, é só a caixa, isso é outra coisa"... Mas no dia de Natal, a coleção de lombada azul, novinha, 18 volumes!



É difícil explicar o que era o Tesouro da Juventude. A analogia mais próxima que posso fazer é que ele era a Internet da época. Essa coleção falava de tudo, de ciência a poesia, de geografia a história, de uma forma fácil de ler e bem organizada. Em sua própria descrição, "Reunião de conhecimentos essenciais, oferecidos em forma adequada ao proveito e entretenimento das crianças e adolescentes". Cada volume da coleção apresentava assuntos variados, divididos nas seguintes seções: A Terra, A Nossa Vida, Animais e Plantas, O Novo Mundo, O Velho Mundo, Belas-Artes, Os Livros Famosos, Poesias, Contos, As Belas Ações, Coisas que Devemos Saber, Os Porquês, Coisas que Podemos Fazer, Lições Atraentes e Homens e Mulheres Célebres. E certamente foi o presente de Natal que eu mais usei, e tenho até hoje. Ganhei muitas outras coleções de meu pai, não só em ocasiões especiais, mas sempre que aparecia uma que ele achasse interessante. Os vendedores de livros, essa categoria hoje em extinção e que era o equivalente em chatice na época aos telemarqueteiros de hoje, deviam adorar meu pai... Obras Completas de Monteiro Lobato (infantis e adultas), de Júlio Verne, de Malba Tahan; Enciclopédias Barsa, Mérito, Delta-Larousse; História do Brasil de Rocha Pombo, de Pedro Calmon; História Universal de Cesare Cantu (32 volumes!); e muitas outras.
Outros presentes remetiam às ciências: laboratório de química, microscópio...

(Túnel do tempo girando ao contrário...)
De volta do passado, já decidi ao menos uma coisa: que vou fazer de tudo para despertar no Guilherme o gosto pela leitura e a curiosidade em descobrir ele próprio as respostas para suas perguntas. Mas minhas lembranças me confirmaram que o maior presente que ganhei não foram os brinquedos, as bicicletas, os jogos, os livros. Por trás disso estava o cuidado com que meus pais, dentro de suas limitações financeiras, escolhiam presentes que me dessem algo além da simples recreação, que me desenvolvessem, que me encaminhassem. Procurarei seguir seu exemplo ao escolher presentes para meus netos.
E procurarei dar a meus netos o maior presente que ganhei de meus pais e que espero já ter passado a meus filhos: o seu exemplo de uma vida honesta, digna, sem atalhos duvidosos; o modo como tratavam qualquer pessoa, mesmo as mais humildes, com o mesmo respeito; a forma como nos educaram, rígida mas sempre justa. Enfim, embora eu provavelmente não seja um bom exemplo de pessoa religiosa, tentarei mostrar a eles o verdadeiro significado do Natal e o que o aniversariante que comemoramos nos ensinou e fez por todos nós!

"Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros."
(João 13:34-35)

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Primeira visita

Ontem tivemos nosso "Pré-Natal", que a vovó está tornando tradição. Há uns anos ela teve a idéia de chamar amigos e parentes para comemorarmos o Natal antecipadamente, já que no dia todos vão estar com suas respectivas famílias. Nossos compadres Fróes e Lia, os amigos de longa data (para não dizer "velhos" amigos) Bona e Ivalda, e os amigos mais recentes ("só"10 anos, como o tempo passa!) Junior, Cris e filhos (nossos professores da arte de ser avós), além da Bel, amiga nova e grande artista e professora. E o presente-surpresa foi a primeira visita do netinho Guilherme, que se mostrou muito tranqüilo com o fato de ser o centro das atenções e passou a tarde quietinho, curtindo seu berço - quadrado - centro-de-recreação - etc, que até massagem tem!
Não é à toa que ele dormiu sorrindo!



Aos amigos nossos agradecimentos, não só pela visita, mas por estarem conosco em todos os momentos. Melhor que qualquer coisa que eu possa escrever, dedico a vocês 3 canções que falam de amizade: Canção da América, de Milton Nascimento e Fernando Brandt; That's What Friends Are For, de Burt Bacharach e Carole Bayer Sager; e Bridge Over Troubled Water, de Paul Simon e Art Garfunkel...

domingo, 17 de dezembro de 2006

Avisos

Três amigos me disseram que fizeram ou tentaram fazer comentários aqui no blog, mas esses comentários nunca apareceram. Não sei o que aconteceu, mas peço a quem não viu seu comentário aparecer por aqui que tente de novo, e se não conseguir por favor me avise por e-mail. Talvez o ícone de envelope que aparecia ao lado dos comentários estivesse criando confusão, agora ele não aparece mais...

Vi pelo contador de visitas que tenho recebido visitantes de outros países, principalmente de Portugal. A esses amigos lusitanos desconhecidos, um abraço deste neto de portugueses, esperando que vocês contribuam com seus comentários!

sábado, 16 de dezembro de 2006

Mais um "Over the Hill"...

Hoje estivemos em Jaguariúna comemorando com o primo Silvio seus 50 anos.
Começando no Orkut, o Silvio tem feito um grande trabalho de recuperação da história do Liceu Eduardo Prado (o colégio onde estudei e cujo crescimento e grande fama na época foram frutos do trabalho do tio Alberto, seu pai) e de reunião de ex-colegas de escola que não se encontravam há décadas. Quem quiser ver amostras desse trabalho, dê uma passada nos fotoblogs: 1, 2, 3 e 4 (por enquanto). Esse trabalho foi uma das inspirações para eu começar este blog, que sendo do vovô certamente também vai recordar coisas do passado...
Ao primo Silvio, um abraço e obrigado pelo delicioso almoço e pela boa música!

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

O baú do vovô - caixas de fósforos

Semana passada abri meu baú para o netinho pela primeira vez, para mostrar os carrinhos Matchbox. Esta semana vou continuar no tema, só que agora com as "matchboxes" originais.
Os netinhos de hoje podem achar difícil de acreditar, mas há não muito tempo fumar era charmoso, e a publicidade usava esse charme para vender de tudo. Aqui no Brasil nem tanto, mas nos Estados Unidos nenhum restaurante ou hotel deixava de ter caixinhas de fósforos espalhadas por toda parte, nas mesas, nos quartos, na recepção, no caixa... Acreditem, até nos aviões se fumava, e as companhias aéreas distribuiam fósforos e cigarros aos passageiros!
Em minhas viagens, juntei muitas caixinhas de fósforos, e mais umas tantas em restaurantes e feiras por aqui (sim, porque as caixinhas também eram distribuídas como brindes).
É interessante examiná-las hoje e ver marcas que já se foram, companhias aéreas que não voam mais... E relembrar lugares e momentos felizes, viagens, passeios, jantares deliciosos ...
Aqui vão alguns exemplos dessa coleção guardada no baú do vovô:
Quem se lembra desse simpático tucano da Varig, que aparece aqui em vários lugares do Brasil?


Outras caixinhas de companhias aéreas: tirando a Varig, que está na UTI, todas as outras já se foram...


Estas são bem antigas. Reparem na foto da direita a da campanha presidencial de Jânio Quadros.
E alguém consegue imaginar nos dias de hoje usar caixinhas de fósforos para anunciar leite ou check-up de saúde, ou para pedir fundos para construir um hospital infantil?



Uma série sobre a inauguração de Brasília e outra sobre a Copa de '62:



Lembranças de viagens pelo Brasil e pelo mundo:





Se não errei a contagem, a coleção está com 411 caixas diferentes. Hoje está quase estacionada: as caixinhas não são mais tão abundantes, muito menos as viagens...

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Meus vizinhos, os pássaros

Não sei quantos de vocês tiveram a curiosidade de clicar no quadrinho animado que fica aí à esquerda. Quando criei o blog, coloquei no Flicker algumas fotos de pássaros que aparecem no comedouro do jardim aqui de casa.
Ganhei esse comedouro de presente da família no Natal passado, e para os que acharem esse presente estranho devo esclarecer que a história começou bem antes...
Nascido e criado em São Paulo, meu conhecimento ornitológico era praticamente zero, os únicos passarinhos que eu identificava com certeza eram os pardais... Só quando me aposentei e passei a trabalhar em casa foi que comecei a reparar nos muitos cantos que podia ouvir e a observar os cantores. Como a sibipiruna da calçada de casa serve de parada para bandos de periquitos, resolvi tentar atraí-los pondo sementes de girassol em cima do muro. O sucesso foi rápido, em poucos dias eles já estavam acostumados. Passei a pôr algumas bananas de vez em quando, e isso atraiu também os sanhaços. A essa altura eu já tinha comprado o livro Aves no Campus (que pode ser consultado na Web), excelente fonte de consulta, pois sou vizinho da USP.
Portanto, o comedouro não foi um presente tão estranho, e sim uma melhoria estética e higiênica em relação ao muro. Se alguém estiver interessado em um igual, pode obter detalhes aqui.
Quanto às fotos, os pássaros são o assunto mais difícil que já tentei fotografar. Não param um instante, são muito rápidos e fogem quando se chega um pouco mais perto. Felizmente as câmeras digitais acabaram com as limitações impostas pelo custo, pois é preciso tirar dezenas de fotos para conseguir uma que seja aproveitável. Por enquanto só consegui fotos razoáveis de algumas espécies. Há muitas outras que freqüentam o comedouro e o jardim, e espero poder acrescentar novas fotos em breve. E com certeza vou precisar de ajuda dos amigos criados no interior para identificar alguns dos pássaros. Por exemplo, este que começou a freqüentar o comedouro esta semana: chupim, talvez?

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Enquanto o papai baba...

Talvez você estejam estranhando que já se passaram 4 dias e o vovô nem falou mais do netinho. É que prefiro deixar essa agradável tarefa para o papai corujão. Só que por enquanto ele está às voltas com a "fase de treinamento", e além disso tem que esperar até poder se aproximar do teclado sem risco de danificá-lo com tanta baba (isso vai demorar)... Por isso, e sem pedir permissão, vou atualizar vocês sobre o que tem acontecido.
O Gui já está em casa e adorou seu berço novo. É claro que os vovôs e vovós batem ponto todos os dias...
Agora, com a luz suave, ele já abre os olhinhos com freqüência. Ontem achei que ele tinha me acompanhado, fiz o teste ("dançando" de um lado para o outro) e comprovei que ele realmente já acompanha movimentos com os olhos. E reage ao som das vozes também. Enfim um garotão esperto! Tanto que hoje já "batizou" o papai...
Bem, o resto o papai conta em breve. Por enquanto, aqui vai uma pose especial para todos:

Ah, o Gui já está ficando famoso na rede! Um amigo do papai já o incluiu em seu próprio blog de papai-coruja. Vai aqui uma colher de chá, apesar de ele haver chamado o uniforme do Tetra-campeão de "fantasia"...

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Acontecimentos de 8 de dezembro

O wiki-vovô foi investigar quem nasceu no mesmo dia do netinho e descobriu estes nomes famosos:
  • Mary Stuart, rainha da Escócia (1542)
  • Cristina, rainha da Suécia (1626)
  • Jean Sibelius (1865) - compositor
  • Diego Rivera (1886) - pintor mexicano
  • E. C. Segar (1894) - cartunista, criador de Popeye
  • Lee J. Cobb (1911) - ator
  • Richard Fleischer (1916) - diretor (Tora Tora Tora, 20.000 Léguas Submarinas)
  • Cláudio Villas Boas (1916) - sertanista
  • Oswaldo Sargentelli (1924) - jornalista, sambista, mulatista
  • Sammy Davis, Jr (1925) - cantor e ator
  • Maximilian Schell (1930) - ator
  • Alaíde Costa (1935) - cantora
  • David Carradine (1936) - ator (Kill Bill, Kung Fu)
  • James MacArthur (1937) - ator (Hawaii 5-0)
  • Jim Morrison (1943) - cantor de rock (The Doors)
  • Kim Basinger (1953) - atriz
  • Teri Hatcher (1964) - atriz (Desperate Housewives)
  • Sinead O'Connor (1966) - cantora
  • Dominic Monaghan (1976) - ator (Lost, Senhor dos Anéis)
Além disso, neste dia:
  • Os Estados Unidos declararam guerra ao japão em 1941, um dia depois do ataque a Pearl Harbor
  • Morreram Golda Meir (1978), John Lennon (1980) e Tom Jobim (1994).
  • A Avenida Paulista foi inaugurada, em 1891.
É o dia da Família, pelo Decreto 52748/63.
Data da criação oficial do Futebol, em 1863.
Em 8 de dezembro a igreja católica celebra a Imaculada Conceição; para os budistas, é a data da Iluminação de Buda.

Agora, o "causo" para o netinho: o vovô teve um breve contato imediato com um dos aniversariantes famosos de 8 de dezembro. Foi no tempo em que ainda se viajava de classe executiva por conta da empresa. Estávamos, eu e a vovó, na primeira fila; à nossa frente e à esquerda, a porta do banheiro, e logo depois a cortina separando a primeira classe. De madrugada, de repente abre-se a cortina e uma figura pequena entra saltitante no banheiro. Não acredito no que vejo; olho pra vovó com cara de "é ele mesmo?", e ela para mim com a mesma cara. Esperamos, e dali a pouco a figura sai do banheiro e some atrás da cortina: é ele mesmo, Sammy Davis Jr!
Era o tempo da conexão obrigatória no Rio. Ao desembarcarmos, no final do corredor lá estava ele, cercado por dois guarda-costas, encostado na parede. Que pena que ainda não haviam inventado a câmera digital... Mas a caneta e o papel sim, e graças a essas duas maravilhosas invenções posso apresentar a prova dessa história, guardada até hoje no baú do vovô. Procurei na Web um autógrafo para comparação, e achei a foto da direita, com um praticamente idêntico...


(Fico devendo o ano em que isso aconteceu. Acho que foi em 1982, mas não consegui confirmar isso pesquisando na Web...)

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Guilherme, dia 1

Oi! Deixa eu contar o que me aconteceu hoje, foi incrível!
Acordei cedo no meu escurinho gostoso de sempre, mas tive um pressentimento de que este seria um dia diferente. Dei uns chutes para me exercitar e para acordar a mamãe (como será que ela é?), e logo ouvi uma cantoria incomum. Descobri pela conversa que era aniversário da tal Preta, que ainda não conheço pessoalmente, mas pelo nome imagino como uma coisinha bem escurinha.

Depois senti que estávamos passeando de carro. Mas os balanços indicavam um destino diferente dos habituais. Chegamos a um lugar que disseram ser a "Pro-Matre". O nome é bonito, esse lugar deve ser interessante.

Esperamos, esperamos, e nesse meio tempo ouvi chegarem o vovô Roberto, vovó Marisa, tia Uli, e depois o vovô Geraldo e a vovó Walkiria (como será que eles são?). Como eles falam! Mas gosto de ouvir suas vozes! Aí vieram buscar a mamãe e eu. Mas engraçado, não fomos andando, estávamos nos movendo mas eu estava deitado, o que será isso? O papai também foi com a gente, eu ouvia sua voz. Mas os vós e a tia não, depois soube que eles ficaram esperando.
Fiquei meio assustado, muitas vozes diferentes, alguém está mexendo bem perto de mim, nossa, alguém me agarrou, estão me puxando pra fora, mamãe, não deixe! Que luz forte, que barulheira, que é isso? Cortaram o cordão que trazia minha comida, vou ficar com fome! Buááááááá'!!!
Ouvi alguém dizer que eram 16h55. Não lembro bem o que aconteceu em seguida, foi tudo muito rápido e confuso. Me cutucaram, me reviraram, me puseram numa coisa estranha e a moça disse que eu pesava 4,510 kg. Tudo mundo se admirou. Só sei que vi a mamãe, ela é linda como eu imaginava. E o papai, um sorriso enorme. Será que ele usa sempre essa roupa engraçada? A moça me deu pra ele, agora me sinto seguro. Ela apertou um botão e uma janela opaca ficou transparente. Alta tecnologia! Do outro lado tinha um monte de gente me olhando, quem seriam? Tiraram fotos, já me sinto uma celebridade.



Ufa, ser celebridade cansa... A moça apertou o botão e a janela mágica ficou opaca de novo. Aí me tirou do colo do papai e me levou para um lugar onde estavam muitos bebês, deve ser um clube. Só que ela não me pôs junto com eles, me deixou numa outra salinha onde outras pessoas ficaram me observando.
Muito tempo se passou. Estou com fome, não vão me dar comida? Outra moça me pegou, oba, está me levando para o clube. Ela me pôs numa mesa e está passando uma coisa macia, morninha e molhada na minha cabeça. Entendi, ela está me limpando! Mas o que é isso, água? Assim eu me afogo, estou com medo!



Ainda bem que acabou... Ela me enxugou, agora estou cheiroso. Encostou uma coisa gelada na minha cabeça e nos meus pés, depois fez uns sinais para o pessoal que estava olhando, os mesmos da janela mágica. Falou que era 52,5 cm, todo mundo se admirou. E acho que vou para alguma festa, ela me vestiu um traje de gala!

Agora ela está me carregando de novo. Que lugar bonito, essas fotos de bebês... E olha essa porta, os bichinhos. Ih, tem meu nome aí!



Entramos. Alguém me pega. Peraí, esse cheiro, essa voz eu conheço. É a mamãe! Mamãe, não me largue, quero ficar com você! Tô com fome!!! Isso, papai, me ajude!



Ah, que bom comer! Agora estou satisfeito e posso examinar melhor o que tem por aqui. Agora sei quem era aquele pessoal. São os vovôs e as vovós, e também o tio Fabrício! A tia Uli acho que já foi, e ouvi que o tio Wawá também passou por aqui...



Ah, que pena que ainda não posso comer doce, olha que gostosos! E as lembrancinhas são pras minhas visitas, foi a vó Walkiria que fez!




Ufa! Acho que nunca tive um dia tão cansativo em minha vida! Como é difícil ser gente!
Mas descobri como é gostoso ser parte de uma Família! Eu amo a minha!


Agora vou dormir, com licença. E vou sonhar aqueles sonhos que só os bebês sonham e ficam sorrindo... Boa noite!


É bom já ter nascido Tetra!