1.
Em dezembro contei a história da árvore que caiu na casa em frente.
Poucos dias depois, funcionários da prefeitura vieram recolher os restos, e serraram o tronco em vários tocos. A vovó, sempre de olho em materiais que possa aproveitar para decoração ou artesanato, pediu à vizinha um dos tocos. Muito pesado, tivemos que trazê-lo rolando e ficou no jardim.
Há alguns dias, notei que havia um broto no toco. E esse broto já cresceu até o tamanho visto nas fotos.
É claro que não há esperança para um toco sem raiz, mas esse belo esforço para sobreviver pode ser uma lição para quem desiste ao primeiro obstáculo. Mesmo quando pareça não haver esperança, sempre vale a pena tentar!
2.
Há mais de dois anos, ganhei de amigos um bonsai, uma jabuticabeira. Gostei muito do presente, claro, e durante todo esse tempo tomei os cuidados necessários para manter sua boa saúde.
Em janeiro, viajamos num fim de semana e esqueci de regar o bonsai antes de sair. Com o forte calor, quando voltamos ele estava secando. Apressei-me em molhá-lo, mas as folhas acabaram secando completamente. Coloquei-o então em uma vasilha com água, para que a terra ficasse sempre úmida. Alguns dias se passaram, e nada. Insisti. Duas semanas, e nada. Todos os dias eu procurava algum sinal de vida, mas o bonsai parecia irremediavelmente perdido. Mas, mexendo em seus ramos, eu via que ainda estavam flexíveis, sinal (pensei) que ainda não estavam completamente secos. Continuei. Três, quatro semanas. Estava por desistir, mas algo me dizia que insistisse mais.
No carnaval viajamos novamente, e o bonsai ficou na vasilha com água. Ao voltarmos, a surpresa: um broto com quatro folhinhas verdes!
Agora estou na expectativa de que novos brotos despontem. A planta ainda é muito frágil, nada garante que ela consiga se desenvolver novamente. Mas valeu a pena não ter desistido.
E fiquei pensando que o que aconteceu a ela pode ser visto como uma analogia da amizade: precisa ser sempre cuidada, e muitas vezes um pequeno descuido, um comentário infeliz, um deslize mesmo involuntário, faz com que ela murche, seque e pareça morta. Melhor não deixá-la secar, pois se isso acontecer pode ser preciso muito esforço para que reviva; mas se estiver seca, isso não significa que morreu - depende de nós cuidar da plantinha, regá-la diariamente, massagear seu tronco, até conversar com ela, mesmo que tudo isso pareça sem esperança. Se a amizade for verdadeira e forte, ela não terá morrido, e um dia o verde aparecerá e ela voltará a seu viço anterior!
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
Jogos do vovô - pontos de vista 2
Como muita gente gostou do jogo (embora poucos tenham arriscado responder), aqui vai a segunda edição. Desta vez estão mais fáceis (espero). Vocês já conhecem as regras: são fotos de objetos comuns; quem der a primeira resposta certa para cada foto ganha um ponto. Participem!
Atualização: coloquei as respostas, basta clicar em cada foto...
Atualização: coloquei as respostas, basta clicar em cada foto...
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Primeira viagem
Hoje o netinho fez sua primeira viagem com a mamãe, vovô e vovó. A ocasião merecia: o aniversário do tio-bisavô Alberto.
Nem é preciso dizer que o Guilherme fez o maior sucesso entre tios e primos. Apesar do calor ele se comportou muito bem. E depois do almoço desfrutou de uma gostosa sombra à beira do lago...
Nem é preciso dizer que o Guilherme fez o maior sucesso entre tios e primos. Apesar do calor ele se comportou muito bem. E depois do almoço desfrutou de uma gostosa sombra à beira do lago...
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
Carnaval
Nunca fui muito de carnaval. Barulho, aglomeração, calor, suor, que graça tem isso?
Mas quando era criança o carnaval era diferente. Ou será que eu é que era?
Quase sempre passávamos o carnaval em Campinas, na casa de meus avós ou na de minha tia. Minha mãe fazia ela mesma nossas fantasias, de cetim, sempre caprichadas. Às vezes íamos ao baile infantil do D. Quixote, um pequeno clube do qual meu tio era diretor (acho). Mas geralmente nos divertíamos na rua mesmo, com nossos muitos primos, jogando confete e serpentinas uns nos outros. Sem contar o lança-perfume. Sim, era a coisa mais natural as crianças brincarem com lança-perfume, aquela lata dourada, marca Rodo Metálico. E era a mais inocente das brincadeiras, jogávamos uns nos outros para sentir o friozinho do éter se evaporando na pele, nunca vi ninguém sequer pensar em cheirar aquilo diretamente...
Mas o ponto alto do carnaval era o corso à noite. Da grande janela do quarto da frente da casa na então Rua Andrade Neves, assistíamos a passagem do grande desfile, carros conversíveis decorados, pessoas ricamente fantasiadas, carros alegóricos de agremiações as mais diversas... Um de meus favoritos, todos os anos, era o de um clube de caça ou coisa parecida, que vinha cheio de animais empalhados - imaginem se fosse nos dias de hoje...
Eu era muito pequeno, minhas memórias não são muitas nem detalhadas. Mas sei que o carnaval era inocente o bastante para que crianças pequenas se divertissem sem medos e sem traumas. Como era inocente tudo o mais.
O que é o carnaval hoje, afinal? Um evento de mídia? Só mais um feriado prolongado? Uma concentração de alegria desesperada de quem sabe que depois terá centenas de dias de Cinzas?
Ainda existem lugares em que as crianças brinquem de jogar confete e serpentina na rua? E o corso, onde passa hoje? E as marchinhas, quem as compõe, quem as canta?
Apesar de ter começado dizendo que não sou de carnaval, sinto saudade desses carnavais de minha infância. Ou será que é da própria infância?
Mas quando era criança o carnaval era diferente. Ou será que eu é que era?
Quase sempre passávamos o carnaval em Campinas, na casa de meus avós ou na de minha tia. Minha mãe fazia ela mesma nossas fantasias, de cetim, sempre caprichadas. Às vezes íamos ao baile infantil do D. Quixote, um pequeno clube do qual meu tio era diretor (acho). Mas geralmente nos divertíamos na rua mesmo, com nossos muitos primos, jogando confete e serpentinas uns nos outros. Sem contar o lança-perfume. Sim, era a coisa mais natural as crianças brincarem com lança-perfume, aquela lata dourada, marca Rodo Metálico. E era a mais inocente das brincadeiras, jogávamos uns nos outros para sentir o friozinho do éter se evaporando na pele, nunca vi ninguém sequer pensar em cheirar aquilo diretamente...
Mas o ponto alto do carnaval era o corso à noite. Da grande janela do quarto da frente da casa na então Rua Andrade Neves, assistíamos a passagem do grande desfile, carros conversíveis decorados, pessoas ricamente fantasiadas, carros alegóricos de agremiações as mais diversas... Um de meus favoritos, todos os anos, era o de um clube de caça ou coisa parecida, que vinha cheio de animais empalhados - imaginem se fosse nos dias de hoje...
Eu era muito pequeno, minhas memórias não são muitas nem detalhadas. Mas sei que o carnaval era inocente o bastante para que crianças pequenas se divertissem sem medos e sem traumas. Como era inocente tudo o mais.
O que é o carnaval hoje, afinal? Um evento de mídia? Só mais um feriado prolongado? Uma concentração de alegria desesperada de quem sabe que depois terá centenas de dias de Cinzas?
Ainda existem lugares em que as crianças brinquem de jogar confete e serpentina na rua? E o corso, onde passa hoje? E as marchinhas, quem as compõe, quem as canta?
Apesar de ter começado dizendo que não sou de carnaval, sinto saudade desses carnavais de minha infância. Ou será que é da própria infância?
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
Feliz Valentine's Day!
Embora tenhamos no Brasil o Dia dos Namorados, a mania de importar datas comemorativas (em geral, com objetivos comerciais) está aos poucos popularizando datas como o Halloween e o Valentine's Day.
É preciso explicar que o dia de hoje, de São Valentino ou Valentim, não é só uma comemoração de namorados/enamorados. As crianças na escola escrevem "valentines" umas para as outras, e para dar à família. Os membros da família trocam cartões entre si.
Amigos mandam cartões para amigos. É uma comemoração do amor, sim, mas em todos os seus sentidos...
Por isso, a todos vocês, mas especialmente ao netinho que comemora seu primeiro, desejo um
domingo, 11 de fevereiro de 2007
Quando os avós voltam a ser pais
Quando os filhos se tornam adultos, a gente pode até pensar que (parafraseando John Kennedy) a tocha foi passada para uma nova geração; e quando o primeiro neto nasce, que agora não precisaremos mais ser pais, mas só curtir o doce papel de avós.
Mas não é assim. Pais e mães serão sempre pais e mães, e sempre se preocuparão por seus filhos, não importa suas idades.
Digo isto a respeito de um susto que levamos este fim de semana. O papai do Guilherme baixou ao hospital com apendicite, e de repente ele não era mais o pai do Guilherme, mas o nosso filho querido precisando de nossos cuidados.
Felizmente, a cirurgia correu sem incidentes e ele está se recuperando muito bem, e melhor ainda depois de assistir ao clássico de hoje do Paulistão!
Mesmo desse susto, pudemos tirar coisas boas: a primeira foi ficar com o netinho toda a tarde de sábado; a segunda foi confirmar o amor e a dedicação de nossanora filha Paula pelo Henrique, e que nossas famílias hoje são uma só. Obrigado, filha! Obrigado consogros, bisa Frida, tia Uli!
Mas não é assim. Pais e mães serão sempre pais e mães, e sempre se preocuparão por seus filhos, não importa suas idades.
Digo isto a respeito de um susto que levamos este fim de semana. O papai do Guilherme baixou ao hospital com apendicite, e de repente ele não era mais o pai do Guilherme, mas o nosso filho querido precisando de nossos cuidados.
Felizmente, a cirurgia correu sem incidentes e ele está se recuperando muito bem, e melhor ainda depois de assistir ao clássico de hoje do Paulistão!
Mesmo desse susto, pudemos tirar coisas boas: a primeira foi ficar com o netinho toda a tarde de sábado; a segunda foi confirmar o amor e a dedicação de nossa
sábado, 10 de fevereiro de 2007
Jogos do vovô - o jogo da inflação
Aproveitando as cédulas do baú do vovô no item anterior, quem pode me dizer, em cada uma das fotos, qual a ordem cronológica da entrada em circulação das cédulas? Por exemplo, das cédulas de 100, quem veio primeiro: o Duque de Caxias, Cecília Meireles ou D. Pedro II? Um ponto para quem acertar primeiro a ordem em cada foto. Um ponto extra para quem disser, de todas as cédulas nos fotos, quais as últimas a saírem de circulação.
Ainda estou esperando respostas para o jogo da semana passada, ninguém se arrisca? Só descobriram dois objetos até agora...
Ainda estou esperando respostas para o jogo da semana passada, ninguém se arrisca? Só descobriram dois objetos até agora...
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
Baú do vovô - cédulas brasileiras
Espero que nossos netos nunca vivam num ambiente de inflação como experimentamos até 1996. E que isso seja uma coisa tão distante para eles que se torne até difícil explicar a grande variedade de cédulas que tivemos que utilizar durante aqueles anos todos. Cores, tamanhos e temas diferentes, e valores que hoje desafiam a imaginação: uma nota de 500.000?
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
Dois meses!
As quintas-feiras agora são o dia de visita aos avós blogueiros. E hoje a visita é especial, porque o netinho completa dois meses!
O Guilherme está cada vez mais risonho e conversador. Já brinca com as coisas do berço, começando a perceber a relação entre causa e efeito. E sabe também reclamar quando não recebe o que quer (leia-se: comida!)...
Como sempre, deixo os detalhes a cargo do papai, em seu blog.
Mas, como o vovô-coruja não resiste, aqui vão umas fotos de hoje:
O Guilherme está cada vez mais risonho e conversador. Já brinca com as coisas do berço, começando a perceber a relação entre causa e efeito. E sabe também reclamar quando não recebe o que quer (leia-se: comida!)...
Como sempre, deixo os detalhes a cargo do papai, em seu blog.
Mas, como o vovô-coruja não resiste, aqui vão umas fotos de hoje:
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007
O Baú do vovô - coisas da escrivaninha
Minha escrivaninha veio há muitos anos da casa de meu pai. Uma vez um tio disse que ela pertenceu a Galeão Coutinho*, mas não tenho comprovação disso. Hoje ela serve como mesa de computador, mas quando aprendi a escrever até as esferográficas eram novidade, e nos primeiros anos ainda usei caneta-tinteiro. Isso exigia o uso do mata-borrão, e como sou canhoto isso para mim era absolutamente indispensável. Para quem não sabe o que é, prefiro deixar a descrição para Mário Prata.
As penas soltas, não cheguei a usar. As canetas na foto são a Parker 51 de meu pai e a 21 que ele me deu. Preciso achar quem as reforme, se é que vale a pena (desculpem, não resisti ao trocadilho). Quanto à tinta, outro dia perguntei na papelaria do bairro se eles tinham tinta para caneta-tinteiro, e me mostraram a única que tinham, chinesa, claro...
O simpático "dromedário" era outro objeto indispensável em qualquer mesa de trabalho. Antes das colas em bastão, antes mesmo da cola branca, o que se usava para fechar envelopes e para todos os outros trabalhos de colagem em papel era a goma arábica (será que foi por isso que fizeram o vidro em forma de camelo?). Essa eu sei que é encontrada mais facilmente até hoje, pois é usada para artesanato, além de muitos outros usos, até mesmo na indústria de alimentos.
Hoje esses objetos são curiosidades, coisas do baú do vovô.
Parecia até que escrever estava ficando fora de moda, pelo menos escrever corretamente, como hábito, por prazer. Felizmente, os blogs começam a reviver nas pessoas o prazer da leitura e da escrita. Eu, que sou novato no campo, já passo muito tempo navegando por blogs de pessoas comuns cujo talento para a escrita se revelou nesse hobby do século XXI.
* escritor brasileiro: nome completo - Salisbury Galeão Coutinho - 1895/1945, morreu em um acidente de avião. Obras: Memórias de Simão, o caolho; O último dos Morungabas
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