quinta-feira, 18 de janeiro de 2007
O baú do vovô - selos
Se, como diz a antiga marchinha, o confete é um "pedacinho colorido de saudade", o que são os selos? Além de saudade, são pedacinhos coloridos de história, geografia...
Nesse nosso tempo da comunicação instantânea, onde as pessoas falam ao celular até no banheiro e recebem seus e-mails andando (ou pior, dirigindo), a correspondência tradicional perdeu muito da sua importância. Mas não muito tempo atrás, era quase a única forma de comunicação a grandes distâncias. E os selos eram, acima de sua função de pagamento das tarifas postais, vitrines de seus países.
Nunca fui um colecionador de selos "sério". Não sabia do valor dos selos, nem distinguir o que seria um selo de boa qualidade filatélica. Colecionava, ou melhor, juntava selos pela curiosidade que me despertavam, por seu colorido, pelas imagens de animais, aviões, figuras históricas, o que fosse...
Tinha uma vizinha japonesa que sempre me chamava no quintal e me jogava de sua janela belos selos do Japão, ainda colados ao finíssimo papel do envelope. E os selos de outros países, minha mãe comprava no centro em envelopes de papel-manteiga, sempre com a legenda: "Todos diferentes e autênticos"...
Olhando hoje esses selos, vejo países que já não existem, ditadores e reis de quem ninguém sente saudade, tecnologia avançada que hoje é peça de museu...
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3 comentários:
Muito legal, pai! Sabe que eu nunca entendi muito o porque de termos tanta coisa guardada em casa, abarrotando armários e estantes. Mas agora, vendo aqui você contando suas histórias, entendo que as coisas guardadas eram mais que papéis velhos e aparelhos quebrados. Eram pedacinhos de vidas, de histórias e lembranças que, no fim das contas, são o que levamos conosco não importa o que aconteça.
No meio desse circo da imprensa com o problema do metrô, tem um pensamento que pra mim é recorrente quando vejo casas sendo demolidas. O problema maior que vejo para estas pessoas não é ficarem desabrigadas, perderem televisão, geladeira, sofá. É perderem fotografias, cartas, lembranças de coisas e pessoas passadas e que agora restam somente na memória, enquanto ela não lhes falhar.
É uma bênção poder abrir uma caixa, depois de 30 anos, e encontrar uma história para contar aos filhos, netos, amigos, e até desconhecidos novos amigos que vêm até o blog deixar seus comentários. Parabéns pra você e pra mamãe por sua paciência e perseverança em guardar estas lembranças.
Este é outro comentário que tinha sumido... Seu avô também tinha mania de guardar coisas, como você sabe. Mas você não conheceu o porão da casa da minha avó, aquilo sim é que era depósito de lembranças! Pena que esses objetos se perderam, espero poder guardar alguma coisa não só para os netos, mas para mais futuras gerações...
Será que posso convidá-lo a passar no meu blog e a votar na proposta de selo que elaborei para os Correios de Portugal?!!!É uma Bruxinha! Divulgue por favor!
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